terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Inquérito Realizado na Escola

Nas últimas semanas, o nosso grupo esboçou e realizou um inquérito relacionado com o tema "Ciências Forenses" às diversas turmas do ensino secundário da nossa escola.

Aqui deixamos um exemplar do nosso inquérito:



Mais tarde iremos postar os resultadados deste inquérito.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Reunião com Médico Legista

No período passado o nosso grupo marcou uma reunião com o médico legista de Abrantes, para que ele nos esclarecesse algumas dúvidas que tínhamos em relação ao nosso projecto.
Elaboramos um pequeno questionário com as nossas dúvidas para que nos conseguíssemos guiar devidamente e de forma a esclarecermos tudo.
Aqui está o questionário e as respectivas respostas :


1- Em que circunstancias se faz uma autópsia a um cadáver?


É feita uma autópsia em casos de morte violenta ou morte com causa desconhecida. Poderá também ser feita em caso de morte súbita, sem que esta seja uma morte violenta, e sem a ocorrência de um crime.


2- Que métodos utiliza, na autopsia, que ajudam na resolução de um crime?

A partir da informação da polícia judiciária, é analisada a coerência e compatibilidade de informações com os indícios presentes nos corpos. É feita a autópsia e a PJ encarrega-se da componente de investigação.


3- Que tipos de analises faz?

São realizadas análises toxicológicas (álcool, drogas, medicamentos, monóxido de carbono, etc.) e análises anatomopatológicas (exames aos órgãos como o coração, fígado, pulmões e rins).


4- Como e feita a identificação de cadáveres? (em casos em que não seja possível o reconhecimento do rosto)

A identificação do cadáver poderá ser feita através do vestuário, peças dentárias, ADN (através de bases de dados, ADN em comparação com familiares, ou determinados criminosos que ficam com ADN registado por crimes anteriores).


5- Mesmo não havendo dúvidas de que não ocorreu um crime, pode ser pedida a realização de uma autópsia?

Pode. Todas as mortes violentas (suicídios, homicídios e acidentes) e mortes de causa desconhecida são sujeitas a autópsia para que se saiba a causa da morte. Por exemplo num acidente, sabe-se se o indivíduo estava sob o efeito de álcool, drogas, medicamentos, etc. O porquê da morte pode ser desconhecido, mas a causa da morte raramente é dada como desconhecida.


6- Quem pode levantar o corpo após uma autopsia?

Após a conclusão da autópsia o corpo é sempre entregue ao agente funerário, e posteriormente à família. É necessário aguardar pelos resultados das análises antes de serem tiradas as conclusões acerca da morte.


7- Qual o procedimento de uma autopsia? (etapas)

1º - Descrição do vestuário e espolio (calças, camisa, se estão sujos de terra, sangues, etc.), que posteriormente é entregue a família.

2º - Descrição do habito externo (superfície corporal, tipo e tamanho de feridas, equimoses, lacerações, etc. se existentes), e interno (cabeça, tórax e abdómen),

3º - Descrição do estado dos membros, verificação de hemorragias e fracturas/destruição de ossos.

4º - Fazem-se colheitas e é feito o relatório final. Este relatório apenas pode ser concluído depois da recepção de todos os resultados dos exames. Estas análises são enviadas para uma delegação do Instituto de Medicina Legal, demorando em média seis meses, o que se poderá dever a falta de meios e principalmente de técnicos. As análises toxicológicas são as primeiras a estar concluídas.


8- Quanto tempo demora a fazer uma autópsia?

Uma autópsia demora em média duas horas a ser feita. Mas é necessário aguardar pelos resultados das análises feitas às colheitas para que o relatório possa ser concluído.


9- Qual a autopsia mais difícil que fez em termos técnicos/sentimentais?

O caso de uma explosão numa fábrica de pirotecnia, uma vez que nestes casos é necessária a recolha de todos os fragmentos dos corpos. O trabalho é dificultado em casos de corpos em putrefacção, em decomposição, (uma vez que há perda de visibilidade, impossibilita as colheitas, já não há sangue nem urina para analise) ou casos em que apenas após o funeral são descobertos indícios de crime, tendo a PJ de proceder à exumação do cadáver. No caso de envenenamento, este e passível de análise uma vez que os vestígios permanecem ate mais tarde, ate no cabelo.


10- Tem alguma relação com as autoridades na resolução de crimes? E identificação de corpos?

Nos casos de morte violenta estão sempre presentes elementos da polícia judiciária. As autoridades fazem descrição do sucedido, no local, averiguam a existência de indícios de crime, fazem a descrição dos factos, para que a autópsia seja feita em conjunto com esses dados. Por exemplo, é possível saber se num cadáver encontrado na água, a morte se deve a afogamento, ou se num corpo carbonizado, a causa da morte foi o fogo. Existem métodos de análise para os vários estados de decomposição: putrefacção, mumificação, entre outros.


11- Portugal utiliza as Ciências Forenses como meio de resolução de crimes?

Também. Não é o único método, mas faz parte da resolução de um crime. Esta ciência é empregue não só na resolução de crimes que levam a morte, mas também em crimes como violência doméstica, abuso de menores, confrontos (situações que não impliquem a morte de indivíduos), testes de paternidade, etc. . A Medicina Legal e as Ciências Forenses mantêm uma relação bastante próxima com o Ministério da Justiça.


12- Alguma vez participou na componente de investigação? (laboratórios, analises, etc.) na resolução de um crime?

Não e algo da sua competência. As análises são feitas no Instituto de Medicina Legal. Há situações em que são chamados a tribunal apenas para esclarecimento das causas da morte ou questões técnicas. A sua participação poderá ser solicitada em casos em que o relatório da autópsia seja insuficiente.



Atenciosamente e até um próximo post,
"Os Forenseanos"